domingo, 31 de julho de 2011

Quando acontece algo diferente, o que dizer?

       Tradicionalmente, há um costume entre o público esportivo do Brasil de se valorizar apenas o 1º lugar, e o 2º lugar "não é nada". Um dos maiores ídolos do esporte brasileiro, o piloto Ayrton Senna, chegou a dizer em uma ocasião que "o segundo era o primeiro dos últimos". Nas Olimpíadas de Sydney, no ano 2000, o Brasil ganhou 12 medalhas, mas nenhuma era de ouro, o que gerou uma sensação de fracasso e derrota entre as pessoas que vivem o esporte no país, tendo gente na imprensa dizendo que o "sangue latino" do brasileiro causava ansiedade em excesso no povo brasileiro (críticos cagões!) em contraste com o sangue europeu ou anglo-saxão. Mas o contrário também acontece. 
       No Mundial de Esportes Aquáticos, que ocorreu em Xangai, na China, e acabou neste fim-de-semana, o Brasil conquistou a sua melhor posição na história da competição: 4º lugar. E conquistando 4 medalhas de ouro "apenas". Duas medalhas são de César Cielo, uma de Felipe França, e Ana Marcela Cunha ganhou na Maratona Aquática de 25 km.  

 Confira os dez primeiros países do quadro de medalhas do Mundial de Xangai:

PaísOuroPrataBronzeTotal
1. EUA17   6  932
2. China15 13   836
3. Rússia8  6  418
4. Brasil4  0  04
5. Itália3  4  29
6. Grã-Bretanha3  3  06
7. Austrália2 10  416
8. França2  4  511
9. Grécia2  1  14
10. Holanda2  1  36
   Fonte:  Portal Globo.com

     É bom  para a natação brasileira, com certeza, ter atingido uma marca importante, superando grandes potências dos esportes aquáticos, como Austrália, Itália e Holanda. Mas, mesmo assim, acende-se um sinal de alerta para os esportes aquáticos no Brasil.  
     Atualmente, o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos ocorre todos os anos, com exceção dos anos que há as Olimpíadas. O Brasil, especialmente após as medalhas (1 ouro e 1 bronze) de César Cielo em Pequim, está em franca ascensão apenas na natação. Houve alguma evolução nos saltos ornamentais, com Juliana Veloso, César Castro e Hugo Parisi, mas ainda estamos longe dos principais países neste esporte. O nado sincronizado ainda mostra pouca força e o pólo aquático é extremamente amador no país, tendo grandes jogadores se naturalizando para competir por outras seleções, vendo-se a falta de estrutura para se viver deste esporte no Brasil. O resultado do Mundial de Xangai mostra que estamos no "caminho certo" para estabilizar a estrutura de um esporte vencedor no país, mas as poucas medalhas, na contagem geral, mostra que investir na formação de um número cada vez maior de atletas para, a partir daí, selecionar gente de nível técnico elevado pra competir ainda se faz necessário.
   Para terminar, temos um bom time para Londres-2012, mas ainda estamos longe do ideal. 






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