domingo, 10 de julho de 2011

CRÔNICA - Brasil é eliminado no Mundial feminino pelos EUA. E a culpa, com certeza, é do técnico

     Por pior que seja a estrutura do futebol feminino no Brasil, a derrota nos pênaltis para os Estados Unidos nas quartas-de-final da Copa do Mundo Feminina, que está acontecendo na Alemanha, dava pra ser evitada, se não fosse a omissão e erros nas decisões do técnico, e a falta de preparo da comissão técnica em geral, por conta do mal-preparo físico e mental das jogadoras em horas decisivas do jogo.
     No primeiro tempo, a zagueira Daiane faz um gol-contra, botando as americanas na frente. O Brasil mostrou ser melhor time ao longo do jogo, mas só conseguiu o empate com um pênalti no segundo tempo de jogo, lance no qual a zagueira americana Buehler levou o cartão vermelho. Na primeira cobrança, a goleira Hope Solo defendeu o chute de Cristiane, mas a juíza mandou voltar por invasão de área, e no segundo chute, Marta converte: 1 a 1. Mesmo com uma atleta a mais, o Brasil só consegue virar o jogo com um gol no início da prorrogação. Em lance peo lado esquerdo do ataque do Brasil, Maurine recebe a bola em posição irregular, cruza, e Marta toca de maneira sutil, tirandoa bola da marcadora. A bola toca na trave esquerda da goleira americana antes de entrar. 2 a 1 Brasil.
     Mas a partir daí, todos os defeitos da preparação brasileira para a competição ficaram evidentes. A volante Ester, jogadora chave neste elenco atua da seleção, jogou contundida e nitidamente fora de forma a maior parte do tempo, errando passes simples no campo, e o técnico Kleiton Lima, nada de tirá-la do campo. Quem acompanhou a transmissão do jogo pela Rede Bandeirantes e possui o Twitter, comentou durante a transmissão reprovando a decisão do técnico brasileiro. Várias jogadoras se cansaram antes do previsto, mesmo com o Brasil tendo uma jogadora a mais no time, o que prova que os preparadores físicos da seleção brasileira não trabalharam direito, ou não tem preparo, para fazer atletas de alto nível trabalharem no limite. O gol norte-americano, mesmo com uma jogadora a menos, veio nos acréscimos da prorrogação, cruzamento vindo da esquerda na área brasileira, a goleira Andréa sai mal do gol, e Wambach faz o gol que força a cobrança de pênaltis. As americanas converteram as cinco cobranças, e Daiane, a mesma do gol-contra, chuta nas mãos da goleira norte-americana. Por que que um treinador coloca, em uma disputa de pênaltis, uma jogadora que já está com a 'cabeça a mil' por ter marcado um gol-contra num jogo decisivo?
    A boa notícia fica por conta de Marta (sempre ela). Artilheira do Brasil, com quatro gols, já marcou 14 gols em Copas do Mundo, e já ultrapassou a alemã Birgit Prinz, com 13, como a maior artilheira da história da competição. Na Copa do Mundo masculina, a marca também é de um brasileiro: Ronaldo, o "Fenômeno", com 15 gols. E a esperança é que mudanças de atitudes e de planejamento sejam feitas para que o Brasil se recupere, já pensando nos Jogos Olímpicos em Londres, no ano que vem.

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