domingo, 31 de julho de 2011

QUENTINHA! - Brasil vence a Austrália e é bronze no Mundial Sub-19 de Basquete Feminino

      Apesar de perder a semifinal para os Estados Unidos no sábado à noite, em Puerto Montt, o Brasil não desanimou na decisão do bronze e venceu as australianas por 70 a 67. Mais uma vez, Damiris Dantas foi o grande nome da seleção brasileira, marcando 26 pontos, e confirma a marca de cestinha e da maior reboteira da competição.
     Na final, realizada poucas horas depois,  a seleção dos Estados Unidos, com "várias Damiris Dantas" jogando em equipe, venceu facilmente a Espanha por 69 a 46, e conquistou o título do torneio.
      Pensando mais à frente, dá para se montar um time forte para a disputa das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, e quem sabe, possamos descobrir alguém com o nível de Hortência, Paula e Janete, as principais estrelas da geração mais vitoriosa do basquete feminino do nosso país.

Quando acontece algo diferente, o que dizer?

       Tradicionalmente, há um costume entre o público esportivo do Brasil de se valorizar apenas o 1º lugar, e o 2º lugar "não é nada". Um dos maiores ídolos do esporte brasileiro, o piloto Ayrton Senna, chegou a dizer em uma ocasião que "o segundo era o primeiro dos últimos". Nas Olimpíadas de Sydney, no ano 2000, o Brasil ganhou 12 medalhas, mas nenhuma era de ouro, o que gerou uma sensação de fracasso e derrota entre as pessoas que vivem o esporte no país, tendo gente na imprensa dizendo que o "sangue latino" do brasileiro causava ansiedade em excesso no povo brasileiro (críticos cagões!) em contraste com o sangue europeu ou anglo-saxão. Mas o contrário também acontece. 
       No Mundial de Esportes Aquáticos, que ocorreu em Xangai, na China, e acabou neste fim-de-semana, o Brasil conquistou a sua melhor posição na história da competição: 4º lugar. E conquistando 4 medalhas de ouro "apenas". Duas medalhas são de César Cielo, uma de Felipe França, e Ana Marcela Cunha ganhou na Maratona Aquática de 25 km.  

 Confira os dez primeiros países do quadro de medalhas do Mundial de Xangai:

PaísOuroPrataBronzeTotal
1. EUA17   6  932
2. China15 13   836
3. Rússia8  6  418
4. Brasil4  0  04
5. Itália3  4  29
6. Grã-Bretanha3  3  06
7. Austrália2 10  416
8. França2  4  511
9. Grécia2  1  14
10. Holanda2  1  36
   Fonte:  Portal Globo.com

     É bom  para a natação brasileira, com certeza, ter atingido uma marca importante, superando grandes potências dos esportes aquáticos, como Austrália, Itália e Holanda. Mas, mesmo assim, acende-se um sinal de alerta para os esportes aquáticos no Brasil.  
     Atualmente, o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos ocorre todos os anos, com exceção dos anos que há as Olimpíadas. O Brasil, especialmente após as medalhas (1 ouro e 1 bronze) de César Cielo em Pequim, está em franca ascensão apenas na natação. Houve alguma evolução nos saltos ornamentais, com Juliana Veloso, César Castro e Hugo Parisi, mas ainda estamos longe dos principais países neste esporte. O nado sincronizado ainda mostra pouca força e o pólo aquático é extremamente amador no país, tendo grandes jogadores se naturalizando para competir por outras seleções, vendo-se a falta de estrutura para se viver deste esporte no Brasil. O resultado do Mundial de Xangai mostra que estamos no "caminho certo" para estabilizar a estrutura de um esporte vencedor no país, mas as poucas medalhas, na contagem geral, mostra que investir na formação de um número cada vez maior de atletas para, a partir daí, selecionar gente de nível técnico elevado pra competir ainda se faz necessário.
   Para terminar, temos um bom time para Londres-2012, mas ainda estamos longe do ideal. 






sábado, 30 de julho de 2011

QUENTINHA! - Brasil vence Rússia no Mundial Feminino Sub-19 de basquete e é semifinalista

   Enquanto o basquetebol masculino do Brasil anda capenga há anos, sem fazer boas campanhas em torneios intercontinentais há muito tempo, a seleção feminina (pelo menos nas categorias de base) dá sinais de recuperação, após uma má campanha no Mundial Adulto ano passado. A Seleção Brasileira Sub-19, que está jogando o Mundial do Chile, venceu a Rússia nesta noite de sexta-feira, na cidade de Puerto Montt, pelo apertado placar de 73 a 71, e já está entre as quatro melhores seleções da competição. 
    Com uma maior consistência na defesa (12 roubadas de bola do Brasil contra 4 da Rússia) desde o início de jogo, e com a destaque da seleção, Damiris Dantas, em noite inspirada (23 pontos e 17 rebotes), o Brasil só se viu ameaçado pelas russas no terceiro quarto, quando a vantagem verde-amarela caiu para apenas 2 pontos de diferença. Mas o Brasil manteve a vantagem até o final do jogo e garantiu a luta na briga por medalhas. Já fizeram mais que a Seleção Masculina da categoria, que há um mês atrás, na Letônia, ficou apenas em 9º lugar.

                                                        Foto: 2011 FIBA U19 World Championship for Women - Website

        Damiris Dantas (foto) é a maior cestinha da competição até aqui, com uma média de 22 pontos por jogo, e é também a maior reboteira, com aproximadamente 15 rebotes por partida.  A central de 1,92 m de altura, que joga no time do COC/Jundiaí, está cotadíssima para ser a melhor jogadora do torneio, e já defendeu a seleção principal do Brasil, sendo reserva no Campeonato Mundial Feminino, ano passado, na Rep. Tcheca.
       Neste sábado, às 22 hs (horário de Brasília), o Brasil joga a semifinal com a seleção do Estados Unidos, na mesma Puerto Montt, e se vencer, jogará a final domingo, dia 1º de agosto, contra as vencedoras do confronto entre Espanha e Austrália.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Por que o Neymar não faz na seleção o mesmo que no Santos?

       Falar da épica partida que acabou com a vitória do Flamengo sobre o Santos por "inacreditáveis" 5 a 4 na noite da última quarta-feira (27/07) seria repetir o que todo mundo já diz. Enquanto alguns craques estão voltando ao status de referências do esporte, como Ronaldinho Gaúcho (marcou três gols neste jogo) e, bem menos, Thiago Neves, Neymar, atacante do Santos, confirma a boa fase marcando dois gols e dando assistência para um dos gols de Borges, também voltando a ser o goleador dos tempos de São Paulo. Mas, voltando a falar do jovem Neymar, por que que ele não brilhou assim na Copa América pela Seleção Brasileira?
       Neymar deu um show na Vila, especialmente no seu primeiro gol, quando deu um baita drible em cima de Ronaldo Angelim, e tocou sem chance para o goleiro Felipe. Marcou o quarto gol do Santos após bela enfiada de Léo. E ainda teve a humildade, mesmo jogando bem, de reconhecer que o ressurgido Ronaldinho Gaúcho é um gênio do futebol. Mas ainda fica uma ponta de questionamento sobre o garoto. Não acerca de seu talento, mas sob seu interesse em ajudar a seleção brasileira. Pouca idade ( Neymar tem 19 anos de idade) seria desculpa? Não pode ser, pois Cristiano Ronaldo estreou com a camisa da seleção de Portugal com 19 anos e defendia sua seleção até com mais afinco e presença em campo do que hoje em dia. Ronaldinho Gaúcho, que parece ter voltado a ser o gênio dos tempos de Barcelona e dos títulos com a seleção brasileira, estreou na seleção também com 19 anos e marcou um gol na estreia que até hoje ficou na memória dos fãs do esporte, especialmente no Brasil com a narração do Galvão Bueno dizendo 'Olha o que ele fez, olha o que ele fez...'. E isso sem mencionar um tal de Pelé que se tornou titular da seleção e ganhou a Copa do Mundo já com 17 anos. Agora, o Neymar, por mais talento que ele tenha, está recebendo um 'mimo' que é desproporcional ao que ele apresentou até agora. Muita mídia em cima do rapaz, muita criança querendo "imitar" ele, atingiu o sucesso muito rápido na vida, assédio das meninas, enfim, tudo que o faz ser estrela muito jovem pode estar mexendo demais com a cabeça dele ao defender a seleção brasileira. A impressão que passa é que ele está brincando mais do que jogando com a camisa da seleção canarinho. E quando erra, ainda tem um Robinho da vida que passa a mão na cabeça dele.
        Não é desejando mal ou torcendo contra ele. Mas ainda falta 'algo a mais' para ele se tornar ídolo a nível nacional, e não apenas no Santos, clube que o projetou para o futebol brasileiro. Em especial, boas atuações com a camisa da seleção Canarinho. 

domingo, 24 de julho de 2011

MOMENTO ALVINEGRO, EH!!!

   Foto de Loco Abreu, no pódio do título uruguaio na Copa América, com a bandeira do Glorioso. É a retribuição do ídolo ao clube que defende e é a principal estrela.

    É O LOCO ABREU!!!
    É O LOCO ABREU!!!
    É O LOCO ABREU!!!
   
   

URUGUAI, campeão da Copa América 2011! A única seleção que mereceu o título

     Em um torneio tão decepcionante quanto ao nível técnico, a seleção do Uruguai foi a única que mostrou empenho e determinação necessários, aliados a um futebol bonito, com bom passe e técnica bem apurada, para conquistar a Copa América na Argentina. Enquanto as tradicionais seleções do Brasil e da Argentina não demonstraram nem mesmo interesse para ganhar a competição, o Chile que apostava no novo reforço do Barcelona Alexis Sanchez só fez 'o papel de sempre', o vice-campeão Paraguai só voltou a mostrar força no sistema defensivo, e as demais seleções não tinham muito a mostrar, o Uruguai levou a mesma base que foi 4º lugar na Copa do Mundo da África ano passado, e com aquela 'raça uruguaia' que se mostrou marca da história futebolística da seleção Celeste, o Uruguai venceu o Paraguai no jogo final por 3 a 0 no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, confirmando o "esperado" título do torneio, com dois gols de Forlán e um de Luís Suárez, eleito no final do jogo como o Melhor Jogador do Torneio.
      O novo "dono da América do Sul" superou a Argentina em número de títulos da competição (15 a 14), e ainda deu prova de que pode fazer mais no futebol, confirmando de vez a volta ao grupo das grandes seleções do futebol mundial. Com um grupo que mescla jogadores jovens, como o zagueiro Coates e o meio-campista Nicolas Lodeiro, e jogadores bastante experientes, como Diego Forlán, o zagueiro Diego Lugano e os atacantes Edinson Cavani e Sebastián 'Loco' Abreu, além de sucessos recentes nas categorias de base do país, o Uruguai mostrou tudo que se espera de um time vencedor: garra, objetividade... e algo que muitas pessoas da seleção brasileira estão perdendo ou nunca tiveram, humildade. Isso faz também que a seleção uruguaia crie um bom número de fãs também no Brasil, pois além das afinidades que há entre os dois povos, muitos ídolos da seleção uruguaia jogam, jogaram ou têm alguma história ligada a algum clube importante do nosso futebol.
     Parabéns, Uruguai, pela conquista e por nos mostrar que, em certas ocasiões, dá para o "pequeno se tornar grande"! 

sábado, 23 de julho de 2011

CRÔNICA - Numa decisão que parece VINGANÇA, FIFA bane do esporte rival de Blatter.

     Quem acompanha futebol, sabe que a política que acontece em seus bastidores tira muito do brilho que o esporte desperta, ou pelo menos despertava, nas pessoas. E neste sábado, mais um capítulo patético de pendenga política chama a atenção do mundo do esporte. O banimento de Mohammed Bin Hamman, presidente da Confederação Asiática de Futebol, de atividades ligadas ao futebol.
     O dirigente do Catar foi acusado, em um julgamento bastante duvidoso, de ter subornado dirigentes do futebol do Caribe durante as últimas eleições para a presidência da entidade. O dirigente, de 62 anos, disse pela Web que já esperava essa decisão, alegando que há uma campanha universal dentro da FIFA para garantir sua condenação e afastá-lo da entidade. Ainda há como o catariano recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte ou à Justiça comum.
     Não é querendo afirmar que o árabe recém-banido seja idôneo ou não cometa atitudes ilícitas, mas pela falta de crédito que a FIFA tem hoje em termos de transparência e gerenciamento, o Blatter não fica pra trás. Quando foi decidido em dezembro do ano passado que Rússia e Catar sediarão as Copas de 2018 e 2022, respectivamente, houve inúmeras denúncias de dinheiro irregular para vários dirigentes que votassem em algumas candidaturas, sendo as acusações da candidatura inglesa as mais conduntentes, pois disseram que a FIFA teve má conduta durante a disputa, e ainda utilizaram uma matéria do Sunday Times, que mostrou dois dirigentes da entidade recebendo um milhão de euros para votarem pela candidatura do Catar. Acordos da federação internacional com empresas de materiais esportivos sempre levantaram suspeitas, e com Joseph Blatter na presidência, essas desconfianças só ganharam mais força, e quando há falta de transparência entre os dirigentes de uma instituição, independentemente da atividae que ela representa, podem ter certeza: medidas radicais são meras picuínhas, e não bons exemplos.

domingo, 17 de julho de 2011

CRÔNICA - Coisas boas. Japão, campeão mundial de futebol feminino

       Copa América um CACETE. Talvez a maioria das pessoas viram a péssima e patética eliminação do Brasil na Copa América (perder 4 pênaltis em seqüência em uma decisão,... vão tomar banho, né). Mas quem gosta de diversão e emoção 'de verdade' com os esportes, foi capaz de selecionar o evento que mais lhe agradasse. Graças a Deus, eu assisti à final da Copa do Mundo de futebol feminina entre Estados Unidos e Japão, que ocorreu na cidade de Frankfurt, na Alemanha. 
       As japonesas, em um jogo épico, jogaram de igual pra igual com a já tradicional seleção norte-americana, com o jogo terminando em 1 a 1 no tempo normal, 2 a 2 após a prorrogação, e com uma tranqüilidade de quem tinha certeza de que já fez história, as japonesas batem a equipe de Hope Solo, Abby Wambach e Alex Morgan nos pênaltis por 3 a 1, com a baixinha goleira japonesa Ayumi Kaihori defendendo duas cobranças. A capitã do Japão, Homare Sawa, foi a artilheira e melhor jogadora da competição, além da medalha de ouro pelo título. E ainda marcou um golaço de letra na prorrogação, forçando a cobrança de pênaltis. Esse título serve até de alento e de motivação para o povo japonês, que sofreu muito com a tragédia do tsunami que matou milhares de pessoas no início do ano, e ainda explodiu uma usina nuclear que causou mais estragos ainda àquela sociedade.
      Enquanto o futebol masculino no mundo (pelo menos as seleções) proporcionam tudo, menos encanto, os jogos que nós vimos no mundial feminino, além de bem-organizados e com as arquibancadas lotadas, mostrou que o esporte (em especial, o futebol) ainda pode proporcionar momentos de emoção e superação, que podem inspirar muita gente a fazer coisas bacanas no mundo. Têm que ter trabalho sério, mas também têm que se ter prazer. Muita gente na seleção masculina do Brasil esqueceu disso.    

CRÔNICA - "SANTAFEZAZZO", é a vitória uruguaia sobre a Argentina na Copa América

         Não é agora que Lionel Messi conquistou um título e mostrou um bom futebol pela "indefesa" seleção da Argentina, que só está formando bons jogadores do meio pra frente hoje. Mesmo jogando com um atleta a menos na maior parte do jogo (Diego Pérez foi expulso no primeiro tempo, e o argentino Mascherano foi expulso nos minutos finais do tempo normal), o Uruguai demonstrou que a mística da camisa Celeste está ressurgindo com força total.
         Apesar de toda expectativa criada em torno da seleção da Argentina, o Uruguai demonstrou desde o início do jogo mais iniciativa e, por que não, mais interesse que os hermanos da Albiceleste. Diego Pérez, o do cartão vermelho, marcou o primeiro gol do jogo, numa falha grotesca (pra variar) da defesa argentina. Pouco mais de dez minutos depois, Messi fez a parte dele. Faz bela jogada pela direita do ataque argentino, e cruzou na medida para Higuaín empatar o jogo para os anfitriões. Quando se esperava que a Argentina fosse atrapalhar os uruguaios, o que se viu foi um volume de jogo bem maior por parte da equipe de Forlán, Suárez, Álvaro Pereira, Arévalo, Loco Abreu e companhia. As substituições feitas pelo técnico argentino Sérgio Batista não surtiram efeito, e eles ainda perderam o Mascherano expulso após uma falta dura em Suárez. Nos pênaltis, o goleiro uruguaio Fernando Muslera (melhor jogador em campo) defende uma cobrança de Tevez, e se consagra como o grande herói do jogo. O estádio de Santa Fé é conhecido popularmente como 'Cemitério dos Elefantes' na Argentina, pois vários clubes de grande porte e seleções perderam jogos nele contra equipes locais. Não dá pra acreditar que eles esperavam sofrer um "Maracanazzo argentino" (Santafezazzo) nessas situações atuais.
      E o que é o destino! Esse jogo aconteceu em um sábado, dia 16 de julho. Foi no mesmo dia, há 61 anos atrás, que aconteceu a origem da tradição uruguaia, quando eles venceram o Brasil na final da Copa de 50 no Maracanã. O Uruguai prova que, repensando a maneira de se encarar o futebol, investindo em categorias de base (foram vice-campeões mundiais Sub-17 recentemente e se classificaram para as Olimpíadas de Londres, no ano que vem), prestigiando ídolos que jogam em grandes clubes na Europa e no Brasil, e jamais se esquecendo da raça que sempre marcou sua história futebolística, e com o Peñarol voltando ao cenário internacional com o vice-campeonato da Libertadores, o Uruguai volta a encantar os amantes do futebol com toda a magia e espírito de motivação que o futebol parecia estar perdendo, pelo menos a nível de seleções. Agora, só falta um jogo (a semifinal contra o Peru quarta-feira) para o Uruguai vencer e confirmar de vez sua volta ao seleto grupo das principais seleções do futebol mundial. 
    É a Celeste traçando o caminho de volta para o Céu.   

quarta-feira, 13 de julho de 2011

CRÔNICA - Finalmente um jogo tradicional pra salvar o torneio. 'Paraguai x Venezuela'

      Depois de tantos jogos ruins, e sem muita emoção nesta Copa América, finalmente um jogo com "muita história pra contar" neste torneio. O jogo entre Paraguai e Venezuela, na cidade de Salta, acabou 3 a 3, com uma reação histórica dos venezuelanos para empatar o jogo. Até os 44 do segundo tempo, estava 1 a 1 para a seleção do "Chaco".
      Última rodada da primeira fase no grupo B da competição, com ambos os times se classificando para as quartas-de-final do torneio. Mas todos querem o primeiro lugar, lógico. (Têm que ser assim!). A Venezuela abre o placar bem no início do jogo, com um belo chute de Salomón Rondón de fora da área. Ainda no primeiro tempo, Alcaraz empata para o Paraguai após um bate-rebate na área da seleção Vinotinto.  No segundo tempo, parecia que o Paraguai iria deslanchar, após dois gols. Um de Lucas Barrios, e outro de Riveros. Mas a Venezuela, líder do grupo até aqui, conseguiu o empate. Aos 44 do segundo tempo, Nicolas Fedor (é isso, mesmo, Fedor) diminui após receber na entrada da área em posição irregular, mas o bandeirinha não assinalou nada, e o gol valeu. Isso mostra que a arbitragem no futebol, em todo mundo, ainda cheira mal. Mas aos 47 minutos, o lance do jogo, o goleiro Vega vai à área tentar o empate em lance de escanteio, e o improvável acontece. Assistência do goleiro. Vega escorou de cabeça, e o zagueiro Perozo empata o jogo, garantindo a liderança do grupo, pelo menos empatados com o Brasil, na pior das hipóteses. Os jogadores reservas da Venezuela beijaram a cabeça raspada do goleiro, como um sinal misto de sorte com gratidão. O Paraguai, que cedeu o empate no fim do jogo por duas vezes na primeira fase, classificou como o segundo melhor terceiro colocado.
      Enquanto a Larissa Riquelme não tá dando muita sorte pra sua seleção na Argentina, a Venezuela, sem mandar nenhuma das suas campeãs de Miss Universo ou Miss Mundo, ou Miss "o que quer que seja", mostra que deixou, há tempos, a alcunha de "saco de pancadas" do futebol sul-americano. Com um futebol, pouco envolvente (salvo em alguns momentos), mas com muita objetividade, conseguiu bons resultados na hora que foi necessário, e pela primeira vez, passa da primeira fase da Copa América jogando fora de casa. A aparição de alguns ídolos à parte na década de 90, como Dolgueta (artilheiro da Copa América em 1993), o goleiro Dudamel, que brilhou em clubes da Colômbia, e resultados mais expressivos nos anos 2000 (aqui surgiram Morán, Torrealba e Juán Arango) motivou jovens venezuelanos a se embrenharem em clubes pobres do país, ou em peneiras de grandes clubes europeus, para ingressarem no futebol, que não está nem entre os cinco principais esportes da Venezuela. Com isso, há alguns jogadores venezuelanos jogando em ligas importantes na América do Sul e na Europa. E como num "efeito cascata", o público de esportes na Venezuela passou a dar apoio e a acompanhar com mais carinho a seleção de seu país, dando-lhes o apelido de Vinotinto, por conta da cor de sua camisa. Já sediaram uma Copa América, que foi sucesso de público, e se calssificaram para um Mundial Sub-20, em 2009, quando passaram da primeira fase.
       Tudo que foi citado aqui só reforça a ideia de que só é bobo no futebol quem quer, e o emapte de 3 a 3 com os paraguaios (mais um capítulo dessa história de crescimento) mostra que, determinação, atitude e ousadia para aproveitar as chances que aparecem podem, perfeitamente, mudar uma história tragicômica em algo inspirador, que pode motivar muita gente a fazer algo de bom. A seleção brasileira deveria se tocar disso!

domingo, 10 de julho de 2011

CRÔNICA - Brasil é eliminado no Mundial feminino pelos EUA. E a culpa, com certeza, é do técnico

     Por pior que seja a estrutura do futebol feminino no Brasil, a derrota nos pênaltis para os Estados Unidos nas quartas-de-final da Copa do Mundo Feminina, que está acontecendo na Alemanha, dava pra ser evitada, se não fosse a omissão e erros nas decisões do técnico, e a falta de preparo da comissão técnica em geral, por conta do mal-preparo físico e mental das jogadoras em horas decisivas do jogo.
     No primeiro tempo, a zagueira Daiane faz um gol-contra, botando as americanas na frente. O Brasil mostrou ser melhor time ao longo do jogo, mas só conseguiu o empate com um pênalti no segundo tempo de jogo, lance no qual a zagueira americana Buehler levou o cartão vermelho. Na primeira cobrança, a goleira Hope Solo defendeu o chute de Cristiane, mas a juíza mandou voltar por invasão de área, e no segundo chute, Marta converte: 1 a 1. Mesmo com uma atleta a mais, o Brasil só consegue virar o jogo com um gol no início da prorrogação. Em lance peo lado esquerdo do ataque do Brasil, Maurine recebe a bola em posição irregular, cruza, e Marta toca de maneira sutil, tirandoa bola da marcadora. A bola toca na trave esquerda da goleira americana antes de entrar. 2 a 1 Brasil.
     Mas a partir daí, todos os defeitos da preparação brasileira para a competição ficaram evidentes. A volante Ester, jogadora chave neste elenco atua da seleção, jogou contundida e nitidamente fora de forma a maior parte do tempo, errando passes simples no campo, e o técnico Kleiton Lima, nada de tirá-la do campo. Quem acompanhou a transmissão do jogo pela Rede Bandeirantes e possui o Twitter, comentou durante a transmissão reprovando a decisão do técnico brasileiro. Várias jogadoras se cansaram antes do previsto, mesmo com o Brasil tendo uma jogadora a mais no time, o que prova que os preparadores físicos da seleção brasileira não trabalharam direito, ou não tem preparo, para fazer atletas de alto nível trabalharem no limite. O gol norte-americano, mesmo com uma jogadora a menos, veio nos acréscimos da prorrogação, cruzamento vindo da esquerda na área brasileira, a goleira Andréa sai mal do gol, e Wambach faz o gol que força a cobrança de pênaltis. As americanas converteram as cinco cobranças, e Daiane, a mesma do gol-contra, chuta nas mãos da goleira norte-americana. Por que que um treinador coloca, em uma disputa de pênaltis, uma jogadora que já está com a 'cabeça a mil' por ter marcado um gol-contra num jogo decisivo?
    A boa notícia fica por conta de Marta (sempre ela). Artilheira do Brasil, com quatro gols, já marcou 14 gols em Copas do Mundo, e já ultrapassou a alemã Birgit Prinz, com 13, como a maior artilheira da história da competição. Na Copa do Mundo masculina, a marca também é de um brasileiro: Ronaldo, o "Fenômeno", com 15 gols. E a esperança é que mudanças de atitudes e de planejamento sejam feitas para que o Brasil se recupere, já pensando nos Jogos Olímpicos em Londres, no ano que vem.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

CRÔNICA - Argentina, com erros de todo mundo, empata sem gols com a Colômbia

     Quem tinha dúvidas que o futebol mundial, pelo menos em torneios de seleções, tinha se deteriorado, pode ter certeza a partir de hoje que isso é verdade. A Argentina, jogando em casa, com três atacantes, com uma expectativa grande pela recuperação de Lionel Messi, enfrentou um limitado, mas consistente time da Colômbia nesta quarta, dia 06, na cidade de Santa Fé. No primeiro jogo da segunda rodada da primeira fase. E quem viu o jogo, no estádio ou pela TV no mundo, se decepcionou. O jogo acabou 0 x 0, com ambos os times perdendo gols na cara dos goleiros, ao longo da partida.
     Jogando com dois atacantes na maior parte do tempo, como o habitual, a Colômbia teve as chances mais claras de gol. E perdeu dois gols incríveis, um com Adrián Ramos, e um outro sem goleiro com Dayro Moreno. A Argentina, mal-posicionada e sem padrão nenhum de jogo, só teve uma grande chance no primeiro tempo, com Lavezzi chutando nas mãos do goleiro após belo passe de Messi. No segundo tempo, a melhores chances de gol foram novamente da Colômbia, com o lateral esquerdo Pablo Armero (ex-Palmeiras), comum chute cruzado próximo à trave esquerda de Sérgio Romero (eleito pelos internautas o Melhor Jogador da Partida) em um contra-ataque, e no final do jogo, aos 44 do segundo tempo, Gutiérrez recebe a bola após vacilo dos defensores 'albicelestes', mas chutas nas mãos de Romero. A Argentina, nada fez, mesmo com quatro atacantes em campo. Mas sem nenhum homem de armação, aí complica. Mesmo o Messi errou lances incríveis no jogo.
   Com este resultado, a Colômbia lidera o grupo com 4 pontos, e se vencer a Bolívia na última rodada, confirma o primeiro lugar do grupo A. Os 'hermanos' estão com apenas 2 pontos, e precisam de uma vitória contra a Costa Rica Sub-23 na última rodada para se classificar. Bolívia e Costa Rica completam a rodada amanhã, e estão, respectivamente, com 1 e 0 ponto.  Agora, uma coisa é certa: o futebol, a nível mundial, não é mais a mesma coisa que antes.
   Será que é o fim das seleções nacionais no futebol?

domingo, 3 de julho de 2011

CRÔNICA - Brasil "copia" Argentina e estreia mal na Copa América

      Pra quem viu a seleção brasileira ter maior posse de bola desde o iníco de jogo, e maior número de finalizações nos 94 minutos de jogo, somando os dois tempos, pensaria que o Brasil golearia a Venezuela na sua estreia na Copa América. Que nada! A seleção não aproveitou as chances que teve durante a partida, algumas por displicência como o atraso de Neymar ao chutar na área após um passe açucarado de Alexandre Pato no pimeiro tempo. E após um segundo tempo onde as alterações de Mano Menezes não surtiram qualquer efeito no futebol apresentado, não deu outro resultado senão um irritante 0 a 0 e muitas vaias para a seleção canarinho ao deixar o campo.
     A Venezuela foi ao jogo com uma proposta clara de se defender, utilizando-se de pouquíssimos contra-ataques e alguma bola parada para tentar alguma coisa. O Brasil foi mais ousado, jogando com três atacantes desde o início do jogo. Mas sem uma armação de jogada eficiente, com Paulo Henrique Ganso em uma tarde apagada, Robinho notado apenas pelo topete em homenagem a Pelé, Neymar displicente e Pato sem sorte nas finalizações, a seleção brasileira mostrou que, se não mudar a mentalidade em horas decisivas, vai passar vergonha nesta Copa América. E o gramado ruim do estádio em La Plata não serve de desculpa, pois se um time mais técnico se atrapalha com um campo todo "remendado", imagine um time de pouca técnica como se perde numa situação dessa!
     Quem esperava que Messi ou Neymar fossem dar uma boa apresentação nas respectivas estreias de Argentina e Brasil, vão ter que torcer para que o Uruguai, de Forlán (Bola de Ouro da Copa da África do Sul 2010), Cavani e Suárez, ou o Chile, de Alexis Sanchez e Mati Fernández, possam dar o ar da graça para, finalmente, vermos um jogo de alto nível nessa competição, que igual à última Copa do Mundo, já começou a decepcionar os amantes do bom futebol, independentemente de pra quem eles torçam. 

CRÔNICA - Seleção feminina parece ter se acertado

    Depois de uma vitória sem brilho na estreia da Copa do Mundo de Futebol Feminino, na Alemanha, o Brasil parece ter corrigido boa parte de seus erros e vence a tradicional Noruega por um convincente 3 a 0, em Wolfsburg, neste domingo, com dois gols de Marta e um de Rosana. Esse resultado garante o Brasil, matematicamente, nas quartas-de-final da competição. No último jogo da primeira fase, o Brasil enfrentará na quarta-feira a debutante em mundiais, Guiné Equatorial, precisando de um simples empate para garantir o primeiro lugar.
   No início do jogo, as norueguesas mostravam maior iniciativa, tendo maior posse de bola e chutado mais a gol que as brasileiras, que estavam mal posicionadas em campo. Mas com um time que tem a jogadora eleita cinco vezes a melhor do mundo, tudo muda em um "piscar de olhos". Em um contra-ataque esporádico da seleção, Marta ganha de uma marcadora ainda fora da grande área, invade a área adversária na velocidade, dribla outra defensora, e chuta sem defesa para a goleira norueguesa. 1 a 0 Brasil. A partir daí, a seleção brasileira se controlou emocionalmente, e administrou o resultado para tentar matar o jogo no segundo tempo. Deu certo.
   Com dois gols em menos de cinco minutos na etapa final, o Brasil confirma que não foi à Alemanha à passeio. No primiro gol, contra-ataque em velocidade pela ponta esquerda. Marta dribla uma oponente já na grande área, percebe Rosana entrando sozinha pela direita, e passa para a atacante brasileira chutar no sentido oposto da goleira norueguesa, que nada pode fazer. No terceiro gol, as norueguesas mostraram nervosismo após o segundo tempo, e nunca tentativa de sair jogando do campo de defesa, falharam feio. A zagueira recua "na fogueira" pra goleira, que não consegue afastar a bola, Cristiane se antecipa, chuta, e a goleira defende. Só que as zagueiras se esqueceram da melhor jogadora do mundo de novo. Marta aproveita confusão entre as defensoras nórdicas, e sozinha, empurra pra rede, selando masi uma vitória brasileira na competição, 3 a 0.
   Caso confirme o primeiro lugar do grupo,  o Brasil pegará as perdedoras do confronto entre Estados Unidos e Suécia, que decidirão o primeiro lugar do grupo C na quarta-feira. E quem sabe, possamos finalmente conquistar um título de nível intercontinental, que é o que falta para essra guerreira geração do futebol feminino brasileiro se consagrar de vez como um time que deixou sua marca no esporte brasileiro. E, ao mesmo tempo, pressionar as autoridades do esporte a desenvolverem ligas e campeonatos mais profissionais e estáveis no país, para que não tenhamos mais jogadoras da seleção precisando de outros empregos para sobreviver.

sábado, 2 de julho de 2011

CRÔNICA - Será que a Argentina está sentindo a pressão de ganhar a Copa América?

        Nesta sexta-feira, dia 1º de julho de 2011, começou mais uma edição da Copa América de futebol. O único jogo do dia foi entre a anfitriã e favorita Argentina, de Lionel Messi, contra a Bolívia, a pior seleção no ranking da FIFA a jogar na competição. E o improvável aconteceu. A Argentina não venceu a limitada seleção boliviana. O jogo acabou 1 a 1. E a Argentina ainda deu sorte, porque o brasileiro naturalizado boliviano Marcelo Moreno perdeu um gol mais que feito no segundo tempo em um lance de contra-ataque.
      No primeiro tempo, como tinha realmente que ser, a Argentina dominou as ações, mas sem inspiração e um esquema tático consistente, a Argentina não furou a bem-posicionada defesa boliviana. No segundo tempo, a zebra deu o ar da graça. Aos três minutos de jogo, escanteio para a Bolívia e Edivaldo Rojas (também nascido no Brasil) dá de calcanhar. Banega deixa a bola fraca passar por entre as pernas, e Sérgio Romero, desatento, não chega a tempo para evitar o gol. Isso ressalta, mais uma vez, a ausência de bons defensores para defender a seleção argentina atualmente. Depois disso, vê-se uma Argentina desorganizada taticamente, indo na base da correria tentar reverter esta situação, mas com Lionel Messi apagado, e um companheiro de ataque chamado Lavezzi numa noite simplesmente desastrada, não acertando um único cruzamento na área boliviana. Depois de tantas bobagens, ele deu lugar a Sérgio Agüero, e quase viu a Bolívia confirmar o que seria uma vitória histórica, quando num passe entre os atordoados defensores argentinos, Marcelo Moreno entra em condição legal na cara de Romero, tenta driblar, o goleiro evita o chute, e no rebote, o atacante boliviano chuta nas mãos do argentino. Poucos minutos depois, numa inversão de Di Maria (que entrou no lugar de Cambiasso no intervalo) na pequena área, Zanetti ajeita com o peito, e de primeira, Agüero faz um belíssimo gol que daria mais esperança aos torcedores argentinos. Mas depois disso, a Bolívia soube se defender bem, e o jogo acabou num melancólico 1 a 1 para os torcedores argentinos e para os fãs de Messi.
       Como se já não bastante a pressão natural por resultados que sempre há no esporte, a Argentina tem um agravante no seu lado psicológico, que é o fato de não ganhar um título com a seleção principal desde 1993 (foi uma Copa América disputada no Equador). Além disso, o principal astro a seleção argentina, Lionel Messi, está muito pressionado e ansioso pelo fato de se tornar o melhor jogador do mundo pelas atuações em seu clube, o tradicional Barcelona da Espanha, mas está a algum tempo deixando a desejar na seleção argentina. Para Messi e tornar o maior jogador de futebol deste início de século, ele precisa ganhar algo com a seleção da Argentina. E ele ainda não teve chance melhor que essa. Nem ele nem seus companheiros começaram bem. Na 2ª rodada, os argentinos enfrentam a Colômbia, que vai estrear contra a Costa Rica. Esperamos que tenha sido só um susto, e que 'os hermanos' se acertem para voltar a jogar bem na quarta-feira, com os jogadores mais aliviados de pressão, e saber que o pior pra eles já passou. Estrear empatando contra a Bolívia..., fala sério, né!